quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Fogueira de Ayrá

Certa vez, Oxalá resolveu ir até o reino de Xangô, seu filho. A distância era longa, o que para o orixá já muito velho, tornou a viagem penosa. Ao se aproximar do reino, Oxalá encontra um cavalo próximo da floresta e o monta, para assim encurtar o seu sofrimento. Guardas que passavam por ali, não reconhecendo o pai de seu rei, o prendem, tomando-o por um ladrão de cavalos.

Os anos passam.

No reino de Xangô, as coisas não vão bem. As colheitas minguam, os animais não dão criam. A pobreza e a fome se espalham. Xangô vai até um babalaô para conseguir respostas. O babalaô informa ao rei que seu pai, Oxalá, está preso na cadeia e que essa é a causa dos infortúnios.

Consternado, Xangô corre até as masmorras para encontrar seu pai, sujo e faminto. Ele o retira de lá e ordena a seus criados que cuidem de Oxalá, dando-lhe banho, alimento e descanso.

Oxalá deseja voltar a seu reino e Xangô faz com que Ayrá, um de seus ministros, o acompanhe.

Ayrá retorna junto a Oxalá, carregando-o nas costas quando ele se cansa. Durante as noites, ele acende uma fogueira e conta estórias, para fazer a viagem mais curta para o velho orixá.

Já de volta ao seu ao reino, Oxalá homenageia Ayrá, dando-lhe contas brancas para que ele misture com as suas vermelhas e o convida para viver com ele, em seu reino. Ayrá aceita o convite e a partir deste dia, vive e serve ao Reino de Oxalá.
Obakaô Cabecille!!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário